O lócus educacional formativo há um tempo deixou de se restringir as principais instituições sócias: família, escola e igreja. Atualmente a pessoa, o cidadão, bem como a sociedade recebe e adquire uma multifacetada gama de valores, informações e exemplos comportamentais. Isso acontece, sobretudo, pela emergência e poder comunicativo das mídias, das variadas influências culturais do mundo globalizado, dos difusos anseios e buscas particulares e grupais por construir uma identidade peculiar e significante. Mediante a cultura juvenil os objetivos e realidades pedagógicas da educação e do bojo escolar mostram-se em crise e carentes de atualizações, revoluções sensatas e sensíveis para continuarem a ser relevantes e desejadas pelas novas gerações. Gradualmente surgem projetos e idéias para implementar um ensino contextualizado, criativo e integrado ao universo cibernético tecnológico que circunscreve a cultura.
A escola não pode se limitar a transmitir conteúdos, depositar informações como outrora fazia. Faz urgente construir dialogicamente o conhecimento. Os professores devem se incumbir de facilitar e promover a aprendizagem de forma sistêmica junto aos alunos. Favorecer pedagogicamente seu crescimento intelectual, emocional e integral, desenvolver o senso crítico e a visão de mundo, em virtude de se inserir e se socializar onde está inserido, ou onde visa chegar. Evidentemente que isso é fácil diagnosticar, falar, todavia, a prática efetiva é uma grande empreitada e interpelação.
O método de ensino, conteúdos, currículos, metas, projetos, se quiserem adquirir maior ressonância devem contemplar o cenário tecnológico e midiático do qual estamos imbuídos. Utilizar esses persuasivos meios de comunicação, mormente, vídeos, TV, aulas audiovisuais (cinema, filmes, documentários, clips, DVD, Slides etc.). Aproveitar a fascinação sensitiva e imaginária que esses recursos favorecem, ou seja, seu poder de atração plural; tocam diversos sentidos, mexem com a criatividade e desperta a energia mental, (memória e entendimento) sem exigir grande esforço. Um jeito interativo e fácil de gerar uma reflexão, informações e ideias. Outros recursos pertinentes seriam estimular pesquisas na internet, uso do computador nas aulas e nos trabalhos, pesquisa em revistas, jornais, trabalhos práticos de campo, debates etc.
Enfim, utilizar estratégica e integradamente os recursos tecnológicos e as mídias no exercício docente, em vista de tornar-lo atraente e persuasivo. Penso, que vale mesmo é a criatividade, o prisma atento junto a cultura e a contínua adequação do ensino-aprendizagem ao mundo cibernético e tecnológico. Mesclar o currículo fundamental com as interpelações de conhecimentos vinculados a mídia em geral. Oxalá, consigamos evoluir em conjunto para uma educação mais efetiva, atraente e curiosa.
Marcorelio Fortini de Andrade