1. O Hipertexto
Cada sujeito é um projeto em construção desde sua gestação e principalmente depois do nascimento. A formação da identidade acontece inicialmente através do cuidado e da criação familiar. Aos poucos vão entrando em cena as outras instituições sociais: a Escola e a Igreja, que constituem o que se chama de socialização: uma preparação sutil, fundamental e necessária para que a pessoa possa integrar, adaptar e saber conviver em sociedade com os demais e entender o mundo. A seguir será detalhado um pouco mais sobre essa socialização.
Esse processo acontece no cotidiano da vida de qualquer pessoa no ambiente social e natural onde está inserido, nos aspectos mínimos, simples e rotineiros. A pessoa será o resultado das influências e estímulos recebidos. Evidentemente que isso não é um determinismo, é um fenômeno comum e certo. Como diria o autor Leonardo Boff: “Todo ponto de vista é a vista de um ponto. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam”. Ninguém nasce com um destino traçado, ideias próprias, escolhas definidas, valores acabados. As coisas da vida pessoal e social nós aprendemos, imitamos, somos ensinados, agimos para corresponder a certas expectativas dos outros ou somos obrigados a cumprir certas normas e leis...
Nascemos e crescemos numa cultura, que engloba todas as criações e ordens simbólicas do ser humano. Nela somos inseridos e absorvemos valores, hábitos, saberes. Às vezes também nos rebelamos aos padrões ditados e criamos maneiras diversas de viver e se comportar. Isso pode marcar em maior escala ideológica o advento de novos paradigmas. Construímos tudo isso a partir das relações sociais. Formar a personalidade e seu microcosmo singular é adquirir formação humana (cultura) e realizar sua síntese dialética pessoal. Importa também nunca se fechar, nem ser etnocêntrico, ou seja, julgar as outras culturas e etnias com preconceito, desmerecê-las. Cultivar sim, uma atitude de abertura, alteridade, diálogo e respeito às diferenças. Algo a ser estimulado e ordenado na educação integral para viver e conviver bem.
Aos poucos cada um vai construindo sua história pessoal e exercendo sua cidadania com direitos e deveres na sociedade. Com efeito, a interação e formação da identidade não se limita aos moldes da família, escola e igreja. Atualmente, percebe-se que alguns aparatos influenciam muito, tais como: a mídia (TV, jornal, rádio, revista, internet etc.) e seus conteúdos ideológicos; o grupo de amigos e colegas; o emprego e o espaço profissional; a organização da cidade ou da área rural, dentre outros fatores.
Em suma, são diversos eventos que norteiam a formação de cada pessoa e influenciam a tessitura dinâmica da identidade. O lugar social, político, econômico, cultural e natural onde o indivíduo nasceu e cresceu vai normalmente determinar seu jeito de ser, pensar e agir na sociedade. É na infância e na adolescência que se edifica a personalidade, valores, modos e boa parte do caráter que vai sustentar a pessoa no convívio social. Logo, é fundamental desde cedo aprender valores e virtudes, bem como adquirir conhecimento, hábitos saudáveis e boas atitudes em vista de uma vida com qualidade, abertura, sentido, crescimento e realização.
Marcorelio Fortini de Andrade
Referência dos sites:
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/52057
http://leonardoboff.com/site/lboff.htm
http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/213055
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paradigma
http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/dialetica.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Personalidade
Nenhum comentário:
Postar um comentário